Elvis e o Plutão Oposto ao Sol
Cinema e Astrofenomenologia
Mônica Clemente (Manika)
Se você já sentiu coisas que não tinha certeza se deveria sentir, sabe do que se trata o fruto proibido: a liberdade de ser quem é sendo desafiada.
Em outras palavras, o que leva a vida em frente como o desejo, a sexualidade, a educação, o autoconhecimento, as artes e, principalmente, a libido despertando o próprio corpo podem ser combatidos por diversos mecanismos de repressão.
O filme ELVIS, com o fabuloso Austin Butler (que canta as músicas e nos enfeitiça), trata do caminho da libertação das repressões, que Elvis provocava, sendo desafiado pelo racismo, conservadorismo e pela ganância do mercado, representado pelo Coronel Tom Parker, seu agente.
As mesmas repressões (internas e externas) que qualquer um de nós passa toda vez que chega mais perto da própria força, liberdade e completude.
Este desafio estava em seu mapa astral. O Sol de Elvis fazia oposição à Plutão, o que “dava” a ele um imenso magnetismo ao mesmo tempo em que o colocava enfrentando forças poderosas, como a sua convocação pelo exército, “sem nenhuma” razão (que era a de enquadra-lo num EUA segregado e conservador).
Como as tentativas de transformá-lo num produto comportado da indústria cinematográfica. Assim como transformar a sua arte, inspirada pela música afro-americana, Gospel, rhythm and blues e Country, em baladinhas.
Para “complicar”, ele era o irmão gêmeo caçula de Jesse, nascido morto. Nas Constelações Familiares vemos que o irmão gêmeo é mais importante até do que o pai e a mãe, criando na criança o registro de um par para toda a vida. E, como o mais velho, possivelmente, segura o caçula durante toda a gestação, imagina o 2º bebê viver sem o melhor amigo ao seu lado, como “prometido” por 9 meses?
Talvez daí, também, a relutância de Elvis em se livrar do agente abusivo. Sua ligação quase gemelar com sua mãe, sua incrível capacidade de criar conexão com o público e a sua "última canção Unchained Melody ("canção libertada")
“Eu preciso do seu amor
(…) Rios solitários correm para o mar
Rios solitários gritam, espere por mim
Espere por mim
Eu estou indo para casa
Espere por mim”
Mônica Clemente (Manika)
@manika_constelandocomafonte
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Elvis, 2022
Direção: Baz Luhrmann
Roteiro: Baz Luhrmann, Baz Luhrmann
Elenco: Austin Butler, Tom Hanks, Olivia DeJonge
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